Alberto Souza***
Aldo Santos sempre diz que é preciso dizer. Dizer oralmente, dizer escrevendo, criando. E dá exemplo, ao falar de suas experiências pessoais, dos desafios que enfrentou ao lado de seus familiares, expulsos de seu espaço físico e cultural; à busca do pão pela vida, na fria Canaã dos donos do capital.Forma de falar da gente nordestina, migrante, vítima da seca e dos donos do sertão. Forma, por extensão, de dizer sobre a vida dos explorados, em geral,dos que nada ou pouco têm, num Brasil de desigualdades, capitalista. O que diz com sentimento e razão.
"Rumo à Estacão Cantaduva " é para levar cada explorado, do campo ou da cidade, a refletir sobre por que precisa ser heroico para ter a vida, nascendo sem nada, enquanto poucos nascem afortunados, com projetos de vida de abastança e luxo.
Que outros e outras combatentes do nosso povo sigam o exemplo de " Rumo à Estacão Catanduva", porque o silêncio é inimigo.
Alberto Souza -Ex-vereador em SBCampo, militante sindical dos petroleiros e ativista dos Direitos Humanos.
Sim Alberto, o silêncio não só é inimigo como é a arma dos nossos algozes. A história é cheia de silenciamentos. Os índios foram silenciados, os escravos foram silenciados e nós não podemos nos render também.