De antemão, digo: Por uma questão de força maior, não foi possível participar da "live" cujo o cerne era : Comemoração dos 100 anos de Paulo Freire.
Triste fiquei, claro!! E por quê:
Este educador, filósofo (patrono da educação brasileira) foi o condimento, o tempero mais importante do processo de educação brasileira dos últimos 80 anos. Gostem ou não os fascistas de plantão!
Para Paulo Freire, o processo de conhecimento (educação) é processo dialético entre o sujeito e o objeto (a realidade). Neste sentido ocorre (está ocorrendo) constantemente. Está ocorrendo aqui e agora nesta "live" comigo ouvindo o professor Aldo Santos discorrer, por exemplo.
Digo, humildemente, aos companheiros professores :
1 - Continuam sendo imprescindíveis no processo educacional, mas, ...
2 - É preciso reconhecer (e, aqui, entra em cheio o pensamento de Paulo Freire) que a realidade, sendo mutante, deveras mudou e mudou muito. Aquele modelo de aulas tradicionais já não coaduna mais com a atual realidade. Será (não é provocação) que há necessidade de se criar vastos campus universitários? Escolas (prédios físicos) e mais escolas...? Será? Será que, no ensino médio e superior, a primeira atitude do professor seja proceder a "chamada? Um adulto ou jovem adulto (EJA) é obrigado frequentar uma sala de aula? São estimulados?
3 - O papel do Estado e da comunidade (pais)... também devem ser consoante à realidade.
Informação/Conhecimento.... Com o acesso massivo (ou quase) à informação trazido pela internet, essa (a informação) não é (quiçá!) mais o problema. Este concentra -se no CONHECIMENTO, que, como nos ensinou Paulo Freire, é processo dialético: sujeito e objeto do conhecimento. Conhecimento pressupõe, pois, uma labuta, uma peleja, um processo investigativo e, quase sempre, precisamos de um orientador, de um preceptor, de um PROFESSOR. Qual o papel da família, da escola hoje? Com absoluta certeza não são os mesmos de 1997 (ano em que Paulo Freire nos deixou). E neste momento dá-me uma vontade danada de sair por aí gritando em alto e bom tom: Paulo Freire! Paulo Freire!! Venha aqui, agora!! Venha!! Diga-nos, com todo seu "know how", como deverá proceder para acontecer uma educação libertadora? Você, Paulo, está fazendo falta. Muita falta!!
A situação está assim, sobretudo, a meu juízo, por que vivemos um momento histórico de PONTE - transição de uma realidade para outra. Qual? Dependerá de como nós (Estado/sociedade civil) fazermos essa travessia. Veja como magna é nossa responsabilidade neste processo. Em momento de PONTE é normal emergir diversos pontos-de-vistas, opiniões. Daí a importância desta "live", deste debate, refletindo acerca dos 100 anos do educador Paulo Freire. Em dialética, o debate é mesmo essência!!
No epílogo, destas minhas singelas reflexões que com certeza abordariam-nas, "ao vivo", se da "live" tivesse participado, comungo. Quando da gestão da prefeita paulistana Luísa Erundina, presenciei um diálogo rápido entre Paulo Freire e uma professora da Zona sul paulistana:
- Secretário, qual o programa educacional que levarei pra minha área?
- Nenhum! Não está pronto. Será construído lá em sua área, espero. Almejamos à uma educação libertadora e esta acontece no processo entre os sujeitos e a realidade específica. Entendeu?
- Mais ou menos. Antes não era assim.
- Mas, almejamos mudança e faremos mudança para o bem de todos e todas!!
A filosofia existe sobretudo para fomentar o debate sobre todos os temas que envolvem-nos. Todos!! Daí a importância que tem, embora nem todos assim vê!
Eu tenho vários referenciais em minha vida. Posso citar dois aqui e agora: JESUS e PAULO FREIRE.
É isso!!
Joaquim Netto!!!
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