top of page

Pela verdade e pela justiça no Brasil! Ditadura nunca mais!

Foto do escritor: Aldo SantosAldo Santos

Sergio Linhares Hora***



A descoberta da Vala de Perus, em 1990, é um marco importante na história da luta pela verdade e pela justiça no Brasil, especialmente no que diz respeito aos abusos cometidos durante a ditadura militar. A revelação ocorreu na Câmara Municipal de São Paulo, durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigava os desaparecimentos forçados. A denúncia foi feita pelos jornalistas Tereza Lajolo e Ítalo Cardoso, com o apoio do governo de Luiza Erundina, prefeita na época, que teve um papel fundamental na busca pela verdade sobre os crimes do regime militar.


Em 4 de setembro de 1990, a Prefeitura de São Paulo, sob a gestão de Erundina, exumou mais de mil sacos plásticos contendo ossadas humanas de uma vala clandestina no Cemitério Dom Bosco, no bairro de Perus. Estima-se que essas ossadas pertençam a cerca de 1500 pessoas, cujas mortes ocorreram no período mais repressivo da ditadura, nos anos 70. A descoberta foi um choque para a sociedade brasileira, pois essas ossadas pertenciam a vítimas da repressão militar, que, em muitos casos, haviam sido torturadas e executadas.


A Vala de Perus é um símbolo do sofrimento de milhares de brasileiros que foram perseguidos, torturados e mortos pelo regime militar. O fato de essas vítimas terem sido enterradas clandestinamente, sem qualquer identificação, revela a tentativa de ocultar os crimes e silenciar as vítimas do regime. A descoberta das ossadas em Perus trouxe à tona uma das maiores tragédias da história recente do país e aumentou a pressão para que o Estado assumisse a responsabilidade pelos abusos cometidos.


Desde a exumação das ossadas, os esforços para identificar as vítimas continuam, mas ainda não se sabe o nome de todos que foram enterrados ali. Diversos estudos e exames de DNA foram realizados, mas a identificação das vítimas é um processo complexo e demorado. A luta das famílias das vítimas e de organizações de direitos humanos, que exigem justiça e reparação, ainda é uma constante.

A Vala de Perus representa não apenas a dor e o sofrimento das famílias que perderam entes queridos de forma brutal e arbitrária, mas também a resistência daqueles que, ao longo de décadas, se empenharam na busca pela verdade. A luta por justiça em relação aos desaparecidos e mortos pela ditadura é um capítulo ainda não totalmente encerrado da história brasileira. O caso de Perus simboliza a necessidade de reconhecer e enfrentar o passado para que tais crimes não sejam esquecidos e que as vítimas finalmente

recebam o devido reconhecimento.

E preciso passar a limpo a História do Brasil para que isso não se repita .


No dia 6 de abril, caminharemos em silêncio por São Paulo pelas vítimas de violência de Estado. Em sua 5ª edição, a Caminhada do Silêncio traz como lema “Ainda estamos aqui”, inspirando-se no filme de Walter Salles que retrata a luta por justiça e memória de Eunice

Paiva, viúva de Rubens Paiva, desaparecido político da ditadura militar.


A concentração acontecerá em frente ao antigo Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna, o DOI-CODI às 15h. A caminhada terá como

destino o Monumento em Homenagem aos Mortos e Desaparecidos Políticos, no Parque Ibirapuera


Sergio Linhares Hora , professor membro da APEOESP e presidente do Instituto Vida.

1 Comment


naoperes
naoperes
há 2 dias

Lembrar é resistir!! Não podemos deixar essa triste página da nossa história ser apagada!!

Like

@ 2020 ABC DA LUTA 

OS TEXTOS PUBLICADOS SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS AUTORES

bottom of page