
Entra ano e sai ano, vêm as datas “comemorativas” de sempre, para quem tem pouco ou nada a festejar.
Ando cansada de sempre ter que explicar que dia do Índio (ou do povo originário) não serve para fazer coisinhas bonitinhas nas escolas de educação infantil.
Na verdade, deveria servir para abrir os olhos dos que insistem em não ver que a terra onde vivemos, toda ela, foi invadida pelos branquelos.
E de feriado ou data comemorativa em diante, vamos tentando lembrar ou alertar.
É o caso do dia das mulheres.
Todos os anos eu posto alguma coisa tentando chamar a atenção para a realidade da vida das mulheres.
Então... É claro que sempre terá aquela pessoa dizendo que tá tudo bem, e favorável.

Só que não.
Vocês verão uma estatística bem recente sobre a quantas anda a vida e a segurança das mulheres e tudo parece crescer sem parar.
Em um dos dados, é dito que 90% dos agressores são do sexo masculino.
Aparece até que estou ouvindo a frase: “nem todo homem...”, e eu cansei de responder, “mas quase sempre é um homem”.
Por isso vou publicar aqui uma tabela de dados atualizados da violência contra mulheres, e creio que terei zero surpresa quando passar em branco.
Mulheres e crianças sempre foram bucha de canhão, mesmo com todas as legislações de proteção.
Parece até que há uma sanha em violar a lei, e que isso aumenta um tipo específico de hormônio que só pensa na guerra.
Na tabela não há dados sobre lenocínio (exploração de mulheres e vulneráveis para a prostituição ou tráfico para prostituição), mas esse também cresce.
E antes de alguém dizer que conhece alguém que gosta, minha resposta é: “claro! As meninas vão pra escola pensando que quando crescerem vão se tornar prostitutas”.
E em muitos casos, nem precisa crescer, já que pedofilia é super normal.
Mas tudo bem, dia 8 é depois de amanhã e teremos as manifestações que fazemos sempre, isto é, se a gente não sofrer violência enquanto isso.
Os fatos são claros: a cada seis minutos uma mulher sofre algum tipo de violência.
E eu só queria deixar muito claro algumas coisas:
Não é normal um homem acima dos 60 dizer que pintou um clima com duas adolescentes e passar tudo em branco;
Assim como não é ok se algum colega ou chefe ficar insistindo nas piadinhas sobre seu corpo, ou ficar mostrando conteúdos sexuais, mesmo que sejam as piadinhas da playboy;
Não é normal as pessoas saberem as coisas que uma mulher ou menina passa o tempo todo e achar que “é assim mesmo”;
E para terminar, as leis contra essas violências não são “LEIS QUE PEGAM”.

Elas existem e precisamos fazer com que sejam cumpridas.
Que este dia 8 seja mais que um dia, mais que uma manifestação.
Enfim, que mais gente caia na real e dê um basta em tanta violência.
Quanto às conquistas, tenham isso bem claro em suas mentes rapazes: VOCÊS NÃO NOS DERAM NADA!!! TUDO FOI ARRANCADO COMO PARTO COM FÓRCEPS!!!
Aceitamos as flores e os bombons, mas preferimos RESPEITO ÀS NOSSAS VIDAS!
E quem estiver na área, faremos manifestações na Av. Paulista (8 de março), conforme o cartaz, mas também em São Bernardo do Campo -SP, saindo da igreja Matriz Nossa Senhora da Boa Viagem (15/3 às 10 horas) e em São Caetano do Sul, dia 22/3 pala manhã, na praça Cardeal Arcoverde.
Venha somar conosco!
Rita Palladino - Jornalista e ativista dos Direitos Humanos.
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